Por Marco Aurélio Lisam - A Assembleia Legislativa do
Rio (Alerj) aprovou, nesta quarta-feira (7), a abertura de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os autos de resistência e as
mortes em decorrência de ações policiais no estado. A proposta de criação da CPI,
do deputado Rogério Lisboa (PR), recebeu 47 votos a favor e apenas um contra. O
deputado Flávio Bolsonaro (PP) não acompanhou a grande maioria dos colegas.
Bolsonaro argumentou que a
investigação "coloca uma faca no pescoço" do policial, que já
"não tem segurança jurídica" para realizar seu trabalho.
Em resposta, Rogério Lisboa
(PR) disse que o projeto não é contra a Polícia Militar.
- O policial que assassina a
sangue frio é marginal. Há uma cultura da morte absurda. O projeto não está
contra o PM, pelo contrário, queremos preservar a corporação. Não é possível
entender que maus policiais tirem a vida dos outros escondidos atrás de um
instrumento jurídico - argumentou.
A ideia da CPI dos autos de
resistência surgiu antes do caso do Morro da Providência, quando policiais
foram flagrados alterando a cena de um crime e forjando um auto de resistência.
Na justificativa para criar a
CPI, Rogério Lisboa citou a Anistia Internacional, cujo
relatório apontou que mais de oito mil pessoas foram mortas por policiais
militares nos últimos anos.
Para ser instalada, a CPI
depende agora da indicação dos membros pelos partidos e, posteriormente, a
publicação pelo presidente da Casa Jorge Picciani (PMDB).