quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Deputados aprovam CPI que vai apurar autos de resistência no Rio

Por Marco Aurélio Lisam - A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou, nesta quarta-feira (7), a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os autos de resistência e as mortes em decorrência de ações policiais no estado. A proposta de criação da CPI, do deputado Rogério Lisboa (PR), recebeu 47 votos a favor e apenas um contra. O deputado Flávio Bolsonaro (PP) não acompanhou a grande maioria dos colegas.

Bolsonaro argumentou que a investigação "coloca uma faca no pescoço" do policial, que já "não tem segurança jurídica" para realizar seu trabalho.

Em resposta, Rogério Lisboa (PR) disse que o projeto não é contra a Polícia Militar.

- O policial que assassina a sangue frio é marginal. Há uma cultura da morte absurda. O projeto não está contra o PM, pelo contrário, queremos preservar a corporação. Não é possível entender que maus policiais tirem a vida dos outros escondidos atrás de um instrumento jurídico - argumentou.

A ideia da CPI dos autos de resistência surgiu antes do caso do Morro da Providência, quando policiais foram flagrados alterando a cena de um crime e forjando um auto de resistência.
Na justificativa para criar a CPI, Rogério Lisboa citou a Anistia Internacional, cujo relatório apontou que mais de oito mil pessoas foram mortas por policiais militares nos últimos anos.

Para ser instalada, a CPI depende agora da indicação dos membros pelos partidos e, posteriormente, a publicação pelo presidente da Casa Jorge Picciani (PMDB).